quarta-feira, 7 de maio de 2014

TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM


O Transtorno de Aprendizagem é a inabilidade específica na leitura, na expressão escrita ou na matemática em indivíduos que apresentam resultado abaixo do esperado para seu nível de desenvolvimento, escolaridade capacidade intelectual. ( American Psychiatric Association, 1994 ).
Os Transtornos de Aprendizagem afetam a habilidade da pessoa de falar, escutar, ler, escrever, soletrar, pensar, recordar, organizar informações ou aprender a matemática. Os transtornos de aprendizagem não podem ser curados. Duram para a vida toda.
TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO
ALUNADO
Aqueles que apresentam alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo, que dificultam o acompanhamento das atividades curriculares (MEC/2008). Incluem-se nesse grupo, educandos com autismo, síndromes do espectro do autismo (entre elas Síndrome de Asperger) e psicose infantil.
IMPORTANTE: As doenças mentais não são definidas pelas alterações nos processos de desenvolvimento cognitivo ou de aprendizagem, mas por falhas na estruturação psíquica.

ESTRUTURAÇÃO PSÍQUICA
Permite pensar como uma criança significa e interpreta o mundo, como constrói laços sociais, a forma como se relaciona com a lei, com regras e com objetos de aprendizagem.

ASPECTOS PSÍQUICOS
O psiquismo do ser humano se constitui no decorrer das relações/trocas realizadas entre a criança e os outros, desde os primórdios de sua vida.

O QUE É O AUTISMO?
De acordo com TEIXEIRA (2006), É um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento caracterizado por prejuízos na interação social, atraso na aquisição de linguagem e comportamentos estereotipados e repetitivos.
SÍNDROME DE ASPERGER
Também é classificada como um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento. Diferentemente do autismo infantil, a criança ou adolescente pode apresentar desenvolvimento cognitivo e intelectual normal e não apresentar atraso na aquisição da linguagem.
Descrita pela 1ª vez em 1944, pelo médico austríaco Hans Asperger que descreveu crianças com déficit na socialização, interesse circunscrito, déficit de linguagem e na comunicação.

PSICOSE
Caracteriza-se pela distorção do senso da realidade, uma inadequação e falta de harmonia entre o pensamento e a afetividade. O termo psicótico refere-se a delírios, alucinações, discurso desorganizado ou catatônico.
Uma confusão entre o mundo imaginário e o mundo real.

ATENDIMENTO EDUCACIONAL
  • Classe Comum, com apoio na Sala de Recursos ou professor de apoio permanente,
  • Classe Especial ou Escola Especial.
Os alunos com Transtornos Globais do Desenvolvimento são encaminhados para esses atendimentos especializados, após avaliação sistemática para identificação das necessidades educacionais especiais no contexto escolar e avaliação clínica complementar.
ADAPTAÇÃO CURRICULAR
Se refere a um contexto, não diz respeito somente ao aluno, mas no encontro que ocorre na sala de aula em que convergem o aluno, sua família, o professor, sua experiência, a instituição escolar com suas regras, o plano curricular, as regulamentações estaduais, as expectativas dos pais, entre outros – então não é possível pensar em adaptações gerais para alunos em geral.
É preciso considerar as dificuldades propondo as adaptações e / ou flexibilizações. Por exemplo, um aluno que apresenta uma hipótese diagnóstica de psicose ao ser chamado a ocupar um “lugar” no social dificilmente responderá da mesma maneira que os colegas. Muitas vezes este aluno pode ter uma crise, ou ignorar o chamado e ou ainda ser incisivo ao marcar sua presença.

CURRÍCULO
O currículo, no Ensino Regular, a ser desenvolvido com alunos que apresentam Transtornos Globais do Desenvolvimento, é o mesmo estabelecido para os demais alunos, em qualquer etapa/nível escolar.
A educação não se restringe somente à escolaridade, pois muitas vezes esse aluno demanda questões nas áreas sócio-emocional que, no pedagógico, fica insignificante.
Deve-se propor ações pedagógicas que estabeleçam o desenvolvimento de capacidades relacionadas à interação e integração social e ao equilíbrio emocional, atribuindo-lhes o mesmo nível de importância que é dado às mais tradicionais capacidades cognitivas e lingüísticas.

A OBSERVAÇÃO DEVE OCORRER NO CONTEXTO ESCOLAR E CONTEMPLAR:
  • As formas que o aluno encontra para explorar o meio em que vive;
  • Meios que ele encontra de relacionar-se com as pessoas;
  • Maneiras que o aluno tem de relacionar-se com os objetos;
  • Alterações motoras que apresenta nas diversas situações que enfrenta no dia-a-dia;
  • Os jogos utilizados e a participação nos mesmos;
  • Os rituais que manifesta nas diferentes situações.
  • É importante o uso de um roteiro de observação.
  • A avaliação torna-se a base do programa educativo a ser desenvolvido, pois o critério para os objetivos a serem traçados está nas possibilidades do aluno.

PAPEL DA ESCOLA
- Identificar comportamentos de risco e encaminhar aos atendimentos necessários.
- Acolher a família e o aluno, e trabalhar em conjunto para busca de alternativas.
- Não expor os alunos ao perigo.
- Reforçar os comportamentos socialmente aceitáveis e estabelecer limites e regras.
- Linguagem única entre Professores e todos os funcionários da escola.
- Não excluir.

A EDUCAÇÃO, A FAMÍLIA E A SAÚDE
São essenciais para o desenvolvimento global do aluno que apresenta TGD, pois solicitam no seu atendimento cooperação sistemática dos que intervêm no processo: o sujeito, a família, a rede de serviços de saúde mental e a comunidade.

REFERÊNCIAS
ABC da Saúde

http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/noticia/2012/08/como-detectar-transtornos-de-aprendizagem.html

FILME "COMO ESTRELAS NA TERRA"


DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM


A massificação do ensino tem contribuído muito ao aparecimento e aumento dos "distúrbios de aprendizagem". 
Quando a aprendizagem não se desenvolve conforme o esperado para a criança, para os pais e para a escola ocorre a "dificuldade de aprendizagem".
É necessário o reconhecimento do problema por um profissional, com treino específico da dificuldade a fim de que a criança supere suas dificuldades, com esforço, colaboração da família e da escola em conjunto acompanhando as etapas de evolução da criança.
De acordo com a definição estabelecida em 1981 pelo National Joint Comittee for Learning Disabilities (Comitê Nacional de Dificuldades de Aprendizagem), nos Estados Unidos da América, Distúrbio de aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de alterações manifestas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas.
Estas alterações são intrínsecas ao indivíduo e presumivelmente devidas à disfunção do sistema nervoso central. Apesar de um distúrbio de aprendizagem poder ocorrer concomitantemente com outras condições desfavoráveis (por exemplo, alteração sensorial, retardo mental, distúrbio social ou emocional) ou influências ambientais (por exemplo, diferenças culturais, instrução insuficiente/inadequada, fatores psicogênicos), não é resultado direto dessas condições ou influências. Collares e Moysés, 1992: 32)
Designam-se crianças que apresentam dificuldades de aquisição de matéria teórica, embora apresentem inteligência normal, e não demonstrem desfavorecimento físico, emocional ou social.
As criançascom distúrbio de aprendizagem não são incapazes de aprender, pois os distúrbios não é uma deficiência irreversível, mas uma forma de imaturidade que requer atenção e métodos de ensino apropriados. Os distúrbios de aprendizagem não devem ser confundidos com deficiência mental.
É necessário a identificação do problema, esforço, compreensão, colaboração e flexibilização de todas as partes envolvidas no processo: criança, pais, professores e orientadores.
Considera-se que uma criança tenha distúrbio de aprendizagem quando: 
a) Não apresenta um desempenho compatível com sua idade quando lhe são fornecidas experiências de aprendizagem apropriadas;
b) Apresenta discrepância entre seu desempenho e sua habilidade intelectual em uma ou mais das seguintes áreas; expressão oral e escrita, compreensão de ordens orais, habilidades de leitura e compreensão e cálculo e raciocínio matemático.

Além disso, costuma-se considerar quatro critérios adicionais no diagnóstico de distúrbios de aprendizagem. Para que a criança possa ser incluída neste grupo, ela deverá: 
a) Apresentar problemas de aprendizagem em uma ou mais áreas;
b) Apresentar uma discrepância significativa entre seu potencial e seu desempenho real;
c) Apresentar um desempenho irregular, isto é, a criança tem desempenho satisfatório e insatisfatório alternadamente, no mesmo tipo de tarefa;  
d) O problema de aprendizagem não é devido a deficiências visuais, auditivas, nem a carências ambientais ou culturais, nem problemas emocionais.

Principais distúrbios de aprendizagem:
1-Dislexia
Refere-se à falha no processamento da habilidade da leitura e da escrita durante o desenvolvimento, é um atraso no desenvolvimento ou a diminuição em traduzir sons em símbolos gráficos e compreender qualquer material escrito. São de três tipos: visual, mediada pelo lóbulo occipital fonológica, ediada pelo lóbulo temporal; e mista, com mediação das áreas frontal, occipital, temporal e pré-frontal.
A dislexia tem sido relacionada a fatores genéticos, acometendo pacientes que tenham familiares com problemas fonológicos, mesmo que não apresentem dislexia. As alterações ocorreriam em um gene do cromossomo 6 . A dislexia, em nível cognitivo- lingüístico, reflete um déficit no componente específico da linguagem , o módulo fonológico, implicado no processamento dos sons da fala.

2- Disgrafia
É uma deficiência na linguagem escrita , mais precisamente na qualidade do traçado gráfico , sem comprometimento neurológico e/ou intelectual. Nas disgrafias, também encontramos níveis de inteligência acima da média ,mas por vários motivos ,apresentam escrita ilegível ou lenta.
A ‘letra feia’ (disgrafia) está ligada à dificuldades para recordar a grafia correta para representar um determinado som ouvido , ou elaborado mentalmente. A criança ,escreve devagar ,retocando as letras , e realizando de forma inadequada as uniões entre as mesmas. Normalmente as amontoa ,com o objetivo de esconder os erros ortográficos. Assim como a dislexia ,a disgrafia também está relacionada à má organização de espaço temporal, fazendo com que uma organização de caderno, por exemplo, seja ‘inexistente’.(usa espaços inadequados entre as palavras, margens inexistentes, letras deformadas, escrita ascendente ou descendente ,etc).

3- Discalculia
A discalculia, é a dificuldade ou a incapacidade de realizar atividades aritméticas básicas, tais como quantificação, numeração ou cálculo. A discalculia é causada por disfunção de áreas têmporo–parietais, muito compatível com o exame clínico do TDAH. Vale lembrar que alguns indivíduos têm menos aptidão para matemática do que outros, e nem por isso pode-se diagnosticá-los como se tivessem discalculia. A discalculia está quase sempre associada à quadros de dislexia e do TDAH. (onde se encontram indivíduos com QI acima da média.)

4 - Dislalia
É o transtorno de linguagem mais comum em crianças e o mais fácil de se identificar. A dislalia é um distúrbio da fala que se caracteriza pela dificuldade de articulação de palavras: o portador da dislalia pronuncia determinadas palavras de maneira errada, omitindo, trocando, transpondo, distorcendo ou acrescentando fonemas ou sílabas a elas.


5 - Disortografia
Consiste numa escrita, não necessariamente disgráfica, mas com numerosos erros, que se manifesta logo que se tenham adquirido os mecanismos da leitura e da escrita. Um sujeito é disortográfico quando comete um grande número de erros. Entre os diversos motivos que podem condicionar uma escrita desse tipo, destacamos os seguintes:
  • Alterações na linguagem: um atraso na aquisição e/ou no desenvolvimento e utilização da linguagem, junto a um escasso nível verbal, com pobreza de vocabulário (código restrito), podem facilitar os erros de escrita.

6 - TDAH
O TDAH - Déficit de Atenção é uma condição de base orgânica, que tem por principais características dificuldades em manter o foco da atenção, controle da impulsividade e a agitação - que é a hiperatividade. É também chamado de DDA, THDA, TDAHI, entre outras siglas.
O diagnóstico do TDAH não deve ser baseado exclusivamente em listas de sintomas - apenas ter muitos dos sintomas não significa que, necessariamente, alguém é portador do TDAH. Há várias outras causas que podem mimetizar os sintomas do TDAH ou até mesmo ocorrerem simultaneamente a ele - o que é chamado de co-morbidade. Além disso, há mais de um tipo de TDAH.

REFERÊNCIAS



REDE DE APOIO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO

1 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS
Têm natureza pedagógica e são oferecidos aos alunos que requeiram atenção individualizada nas atividades da vida autônoma e social, recursos e ajudas intensos e contínuos, adaptações curriculares que o ensino comum não tenha possibilidades de prover.

1.1 Escola de Educação Especial: atende alunos que requeiram atenção individualizada nas atividades da vida autônoma e social, recursos, ajuda e apoio intensos e contínuos. Esse atendimento é complementado, sempre que necessário e de maneira articulada, por serviços das áreas de Saúde, Trabalho e Assistência Social.

1.2 Classe Especial: substitui o ensino comum, sendo uma sala de aula, em escola de ensino regular, em espaço físico e modulação adequada.

1.3 Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar – SAREH: atendimento educacional a crianças, adolescentes, jovens e adultos que se encontram impossibilitados de freqüentar a escola em virtude de situação de internamento hospitalar ou tratamento de saúde.

1.4 Atendimento pedagógico domiciliar: destinado a viabilizar atendimento educacional individualizado a alunos que estejam impossibilitados de frequentar as aulas, em razão de tratamento de saúde que implique permanência prolongada em domicílio.

2 SERVIÇOS DE APOIO PEDAGÓGICO ESPECIALIZADO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO
Serviços de natureza pedagógica, ofertados no contexto da escola regular para atender às necessidades educacionais especiais dos alunos. É realizado em horário diferente daquele em que frequentam a classe comum. Pode ser realizado individualmente ou em pequenos grupos, para alunos que apresentem necessidades educacionais especiais semelhantes.

2.1 Sala de Recursos: serviço de natureza pedagógica, conduzido por professor especializado, que suplementa (no caso dos superdotados) e complementa (para os demais alunos) o atendimento educacional realizado em classes comuns da rede regular de ensino (Deficiência Intelectual, Transtornos Funcionais Específicos, Transtornos Globais do Desenvolvimento, Altas Habilidades/Superdotação).

2.2 Centro de Atendimento Especializado: serviço de apoio especializado de natureza pedagógica, ofertado nos estabelecimentos do ensino regular para Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos. As atividades são desenvolvidas com atendimento por cronograma, em turno contrário ao freqüentado no ensino regular, de acordo com as áreas e necessidades dos alunos. Esse serviço atende as seguintes áreas: Surdez, Deficiência Física Neuromotora / DFN, Deficiência Visual / DV

2.3 Instrutor surdo – Área da Surdez: é o profissional surdo que atua em serviços e apoios especializados, nas escolas especiais para surdos e nos centros de atendimentos especializados/CAES. Desenvolve atividades relacionadas ao ensino e a difusão da Língua Brasileira de Sinais – Libras e de aspectos socioculturais da surdez na comunidade escolar.

2.4 Tradutor e Intérprete de Libras/Língua Portuguesa/TILS – Área da Surdez: profissional bilíngüe (com fluência em LIBRAS e Língua Portuguesa) que oferece suporte pedagógico à escolarização de alunos surdos matriculados na Educação Básica, da rede regular de ensino, por meio da mediação lingüística entre aluno(s) surdo(s) e demais membros da comunidade escolar, de modo a assegurar o desenvolvimento da proposta de educação bilíngüe (Libras/Língua Portuguesa).

2.5 Professor de Apoio à Comunicação Alternativa em Sala de Aula: o Professor de Apoio Permanente é um profissional que atua em sala de aula como mediador e interlocutor no apoio à comunicação entre o aluno, o grupo social e o processo de ensino e aprendizagem. Esse serviço de apoio especializado é nos estabelecimentos do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos.


2.6 Professor de Apoio em sala: o Professor de Apoio em sala é um profissional de apoio especializado, que atua no contexto da sala de aula, nos estabelecimentos do Ensino Fundamental, Médio e Educação de Jovens e Adultos, para atendimento de alunos com Transtornos Globais do Desenvolvimento, viabilizando a participação efetiva do aluno nas diferentes situações de aprendizagem, a interação no contexto escolar e em atividades extraclasse.

terça-feira, 24 de julho de 2012


Etapas  da  organização da Educação Especial:

Etapa do Extermínio: é o período da Antiguidade até o século V, os portadores de deficiência por suas limitações e imperfeições eram considerados inúteis à vida social, sendo lançados ao mar, rios ou do alto de penhascos, ou eram abandonados em lugares públicos, em montanhas ou em florestas.

Etapa Filantrópica ou Período da Segregação: entre o século XVI e XVII, a pessoa com deficiência era vista como uma eterna criança que estava doente e iria continuar assim. Numa época da “política de favores”: assistencialista, paternalista, de caridade, mas segregadora e excludente.

Etapa Científica: com a transformação política e econômica da Revolução Burguesa, houve avanço na medicina e inicia as discussões acerca  das causas  e  efeitos  da  deficiência, com base na herança genética, como origem dos  distúrbios  físicos  e intelectuais. Assim, no ano de 1784 iniciou a educação para surdos e à abertura de um Instituto para crianças cegas, e foram feitas melhorias  nos  métodos  de ensino para a área visual e auditiva. Posteriormente, no século XIX, Louis Braille criou o Sistema Braille e surgiu a Educação  Especial  na  forma  de  assistência segregativa nas primeiras instituições assistencialistas.

Etapa Integracionista e Inclusiva: a partir do século XX, as pessoas com deficiência são vistas como cidadãos com direitos e deveres de  participação na sociedade, porém ainda continua sendo assistencial e caritativa.
Em 1948, surgiu uma nova visão com a Declaração Universal dos Direitos Humanos -, documento inspirador das  políticas  públicas  e  dos  instrumentos  jurídicos  da maioria dos países. “Todo ser humano tem direito à educação”.

Etapa Inclusiva: em 1980 a inclusão das pessoas deficientes passou a exigir mudanças na sociedade e na escola, transformando  a  escola  no Princípio da Atenção à Diversidade.


Paradigmas: 

Etapa Filantrópica ou Período da Segregação: Paradigma da Institucionalização, onde as pessoas com deficiências ficavam trancafiadas em instituições com a justificativa de proteção ao indivíduo e à sociedade.

Etapa Científica: Paradigma da assistência segregativa nas primeiras instituições assistencialistas.

Etapa Integracionista e Inclusiva: Paradigma de Serviços prestados pela sociedade às pessoas deficientes.


Princípios referentes à Educação Especial 

Princípio da Normalização: todos devem seguir uma determinada norma, um padrão de vida igual a todos.

Princípio da Integração: reorganização da sociedade para que as pessoas especiais se adaptem ao ambiente sócio-escolar.

Princípio da Individualização: atendimento as especificidades que envolvem a prática social, com adaptações curriculares e criação de mecanismos de
apoio à escolarização.


 
A Educação Especial é uma modalidade da Educação Básica, fundamentada no princípio da atenção à diversidade.
Integram-se o Ensino Regular e a Educação Especial numa concepção da Educação Inclusiva, buscando a participação e permanência de todos os alunos na escola, numa educação de qualidade, onde o atendimento as pessoas com necessidades especiais não requer um ambiente especifico e único, mas sim necessita de recursos físicos, humanos e materiais para que seja possível atender a todos, adaptando os recursos físicos, humanos e materiais.


Referências

RODRIGUES, Cleide Aparecida Faria. Cidadania e Sociedade. Cursos de Graduação. Ponta Grossa: Universidade Estadual de Ponta Grossa – Nutead, 2010


EDUCAÇÃO, TECNOLOGIA E AMBIENTES VIRTUAIS

A Tecnologia Educacional é entendida como a área que estuda a aplicação das Tecnologias da Informação e Comunicação - TIC - na educação, a partir de um embasamento da didática, psicologia da aprendizagem e desenvolvimento tecnológico.
Assim, as alterações no sistema educativo visam levar em conta as diferenças pessoais, estilos cognitivos, ritmos de aprendizagem, afinidades, áreas de interesse, estratégias de pensamento e motivação.
Conforme Cattani (2001) as TIC ampliam as possibilidades das ações educativas, proporcionando oportunidades para mudanças por parte dos professores e tutores quanto aos métodos pedagógicos, onde o currículo, os recursos materiais e didáticos, o espaço físico e o horário de estudos são consideravelmente afetados com a gama de possibilidades das ações educativas ao incorporarem os recursos oferecidos pelas novas tecnologias.
As TICs são inovadoras no sentido da interconexão entre os sujeitos produtores de seu conhecimento. Isto é, os sujeitos (professores, tutores e alunos) são os detentores de saberes geradores de novos conhecimentos, a partir de experiências compartilhadas entre todos, no amplo sentido do aprender a aprender.
Bastos (1998) destaca que os atores são reflexivos e críticos, proporcionando uma ação comunicativa, uma visão do todo, com uma aprendizagem significativa que ocorre quando um novo conteúdo relaciona-se com conceitos relevantes, claros e disponíveis na estrutura cognitiva do aluno e passa a ser assimilado por este.
Dessa forma, percebe-se a importância dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem para a construção de conhecimento a partir de processos colaborativos de ensino-aprendizagem, sendo uma ferramenta valiosa no processo de ensino e aprendizagem, bem como facilitando a assimilação significativa dos conteúdos, e proporcionando um avanço na construção de novos conhecimentos.  
São muitos os recursos a nossa disposição para aprender e para ensinar, e com a chegada da tecnologia, dos programas que gerenciam grupos e possibilitam a publicação de materiais estão trazendo possibilidades inimagináveis. Mas não basta tentar remendos com as atuais tecnologias, deve-se fazer coisas diferenciadas, é hora de mudar de verdade e vale a pena fazê-lo logo, chamando os que estão dispostos, incentivando-os de todas as formas, dando tempo para que as experiências se consolidem e avaliando com equilíbrio o que está dando certo.
As tecnologias não substituem o professor, mas modificam algumas das suas funções, a tarefa de passar informações pode ser deixada aos bancos de dados, livros, vídeos, programas em CD, podendo estimular a curiosidade do aluno por querer conhecer, por pesquisar, por buscar a informação mais relevante. Também coordena o processo de apresentação dos resultados pelos alunos, transformando informação em conhecimento e conhecimento em saber, em vida, em sabedoria, o conhecimento com ética.
As tecnologias permitem um novo encantamento na escola, ao abrir suas paredes e possibilita aos alunos a construção de novos conhecimentos, dessa forma o processo de ensino-aprendizagem pode ganhar um dinamismo, inovação e poder de comunicação inusitados.
O re-encantamento, não reside principalmente nas tecnologias, mas em nós mesmos, na capacidade em tornar-nos pessoas plenas, num mundo em grandes mudanças. É maravilhoso crescer, evoluir, comunicar-se plenamente com tantas tecnologias de apoio.

REFERÊNCIAS
UNIDADE DIDÁTICA 5 – AMBIENTES DE APRENDIZAGEM E COLABORAÇÃO – Texto: Educação, Tecnologia e Ambientes Virtuais.

BASTOS, J. A. S. L. A. O diálogo com a Tecnologia. Tecnologia & Interação. Curitiba: CEFET-PR, 1998.

CATTANI, A. Recursos Informáticos e Telemáticos como Suporte para Formação e Qualificação de Trabalhadores da Construção Civil. 2001. 249 p. Tese (Doutorado) - Informática na Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001.

Identidade (Jorge Aragão)

Elevador é quase um templo
Exemplo pra minar teu sono
Sai desse compromisso
Não vai no de serviço
Se o social tem dono, não vai...

Quem cede a vez não quer vitória
Somos herança da memória
Temos a cor da noite
Filhos de todo açoite
Fato real de nossa história

Se o preto de alma branca pra você
É o exemplo da dignidade
Não nos ajuda, só nos faz sofrer
Nem resgata nossa identidade


Jorge Aragão aborda a questão da discriminação, onde existem vários tipos de elevadores, e dependendo da classe será sua utilização, também destaca que deve haver luta “quem cede a vez não quer vitória”. Conforme Silva (2005,p. 203) deve-se tomar consciência da própria identidade, tomar consciência de si é um primeiro passo para alterar, se necessário, a identidade social. O cantor também destaca que a raça negra é herança da memória, filhos de todo açoite, fato real da história, que formou sua identidade, como destaca Manique e Proença (in Denipoti, 2009, p. 56) uma identidade constrói-se pela vivência e organização do passado, mas também como se estruturam diante dos problemas do presente, tendo componente que aponta para o futuro, com fixação de objetivos comuns. Dessa forma, o negro deve ter orgulho de sua identidade, lutando sempre por seus direitos na sociedade. Pois segundo Pollak (1992,p.205) a construção da identidade é um fenômeno que se produz em referência aos outros, aos critérios de aceitabilidade, de admissibilidade, de credibilidade. Assim, a convivência com o diferente faz com que as identidades aforem num mundo globalizado.


Referencial bibliográfico:

DENIPOTI, Cláudio et al. Especialização em História Arte e Cultura. Livro 1. Ponta Grossa : UEPG/NUTEAD, 2009.

POLLAK, Michael. Memória e Identidade Social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 5, n. 10, 1992, p. 200-212.

SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique.  Identidade. In: ____. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005, p. 202-205.