terça-feira, 24 de julho de 2012


Identidade (Jorge Aragão)

Elevador é quase um templo
Exemplo pra minar teu sono
Sai desse compromisso
Não vai no de serviço
Se o social tem dono, não vai...

Quem cede a vez não quer vitória
Somos herança da memória
Temos a cor da noite
Filhos de todo açoite
Fato real de nossa história

Se o preto de alma branca pra você
É o exemplo da dignidade
Não nos ajuda, só nos faz sofrer
Nem resgata nossa identidade


Jorge Aragão aborda a questão da discriminação, onde existem vários tipos de elevadores, e dependendo da classe será sua utilização, também destaca que deve haver luta “quem cede a vez não quer vitória”. Conforme Silva (2005,p. 203) deve-se tomar consciência da própria identidade, tomar consciência de si é um primeiro passo para alterar, se necessário, a identidade social. O cantor também destaca que a raça negra é herança da memória, filhos de todo açoite, fato real da história, que formou sua identidade, como destaca Manique e Proença (in Denipoti, 2009, p. 56) uma identidade constrói-se pela vivência e organização do passado, mas também como se estruturam diante dos problemas do presente, tendo componente que aponta para o futuro, com fixação de objetivos comuns. Dessa forma, o negro deve ter orgulho de sua identidade, lutando sempre por seus direitos na sociedade. Pois segundo Pollak (1992,p.205) a construção da identidade é um fenômeno que se produz em referência aos outros, aos critérios de aceitabilidade, de admissibilidade, de credibilidade. Assim, a convivência com o diferente faz com que as identidades aforem num mundo globalizado.


Referencial bibliográfico:

DENIPOTI, Cláudio et al. Especialização em História Arte e Cultura. Livro 1. Ponta Grossa : UEPG/NUTEAD, 2009.

POLLAK, Michael. Memória e Identidade Social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 5, n. 10, 1992, p. 200-212.

SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique.  Identidade. In: ____. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005, p. 202-205.


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